sábado, 30 de janeiro de 2021

A Sombra da Sereia



Magnus desapareceu sem qualquer rasto,  deixando para trás a sua mulher e seus dois filhos, Elin e Ludvig, ainda crianças. E Patrick Hedström está encarregue de solucionar o estranho desaparecimento deste homem...

Após a reconstrução do dia em que Magnus desapareceu, não havia nenhuma pista acerca do seu paradeiro. Cia, a mulher do desaparecido, todas as semanas se dirigia à esquadra de Tanumshede para saber se havia novidades do caso do seu marido. Patrick sentia-se pressionado e,  ao mesmo tempo, incapaz de trazer paz àquela família. 

Ao mesmo tempo, acompanhamos o lançamento do livro,  "A Sereia", de Christian Thydell, amigo de Erica, esposa de Patrick. Este homem era atormentado por cartas ameaçadoras, cujo início remonta ao momento em que começou a escrever o seu livro. 

Agora, sabemos que não é único a receber ameaças. Eric, também as recebia. O estranho é que Eric, Magnus, Christian e Kenneth eram amigos. Estariam estas cartas ligadas ao desaparecimento Magnus? 

Erica, grávida de gémeos, tenta convencer Christian a denunciar as ameaças à polícia mas ele parece não querer ceder. Quando Erica percebe que conhece bem o seu amigo, começa a investigar o seu passado, mas sem sucesso. Que teria este homem para esconder? 

Como sempre, Camilla Läckberg surpreende pela facilidade da leitura. A linguagem simples, concreta e direta concede à obra um carácter leve e agradável. No entanto, no início, não me prendeu. Pode ser por estar habituada ao estilo desta escritora, que vai aumentando o suspense.

Como disse, este livro não me agarrou por inteiro, apenas a mais ou menos a partir do meio é que comecei a ficar realmente cativada. Foi nessa altura que se começaram a revelar alguns segredos. Entendo que a escritora não queira revelar tudo de uma vez, mas já provou que tem capacidade de não o fazer e, por isso, não percebo qual a necessidade de um inicio tão monótono, capaz de perder novos leitores.

Mal os segredos começam a ser desenterrados, a história ficou deveras interessante. O enredo é completamente alucinante, na falta de melhor palavra para o descrever. O final foi surpreendentemente inesperado, indo completamente contra todas as convicções que o leitor possa ter formado ou adquirido de acordo com as revelações feitas ao longo da segunda metade da obra.

Ao contrário do que se possa pensar, a personagem que mais me surpreendeu, pela positiva, neste livro foi Bertil Melberg, o preguiçoso superintendente da esquadra de Tanumshede. Este homem, normalmente arrogante, adquire uma nova faceta quando se encontra perto do neto da sua namorada. Demonstra uma ternura que nunca pensei ver naquela personagem.

Por outro lado, pela negativa, surpreenderam-me as personagens que faziam parte do circulo de amigos de Magnus. Todas elas parecem saber alguma coisa, mas nada revelam, mesmo sabendo que isso os poderia colocar em perigo. Intriga ou não, deixou que pensar.

Assim, apesar de não o início desta obra não me ter agradado, o final compensou. Deixou em mim uma onda de curiosidade relativa ao próximo livro desta coleção...