A grande batalha...
Aphrodite e Gabriel estão juntos e apaixonados. Mas o mundo não é como eles querem e a vida não é fácil. Veem-se no meio de uma guerra, sem nunca saberem quando será dado o primeiro tiro se conseguirão sobreviver ao que se aproxima.
Estando hospedados no Palácio da Ordem, governo dos vampiros, o casal sofre com os imensos atentados que o seu amor tem sofrido. Por Gabriel ser o instrutor de Aphrodite, não deveriam ter-se apaixonado e, por essa razão, têm de enfrentar o castigo. No entanto, os chefes da Ordem pretendem fazer deles um exemplo, para que nunca mais volte acontecer algo desse género.
Afrodite não tem apenas que se preocupar com uma guerra, mas também tem de manter Gabriel vivo. Robin, um dos Chefes da Ordem que, desde o início, aparenta gostar de Aphrodite, parece obcecado. Foi visto a espreitar pela sua janela várias vezes e, agora, chega com uma proposta que a jovem não pode recusar: se ela terminasse a relação com Gabriel, ele seria poupado e o seu castigo atenuado.
A rapariga sabia o que tinha de fazer. Embora lhe custasse imenso, preferia ser infeliz a ver Gabriel ser morto apenas por se amarem. Assim, vê-se obrigada a ceder à chantagem de Robin, sofrendo como pensou nunca vir a sofrer.
Apollo, irmão de Aphrodite, transformado no final de Um, o primeiro volume da saga Anjos e Deuses, está, agora, a receber treino. Não há tempo para o ensinar a ser um guerreiro, irá apenas receber o treino básico sobre como ser vampiro, que também Aphrodite recebeu. No entanto, Robin, para irritar Aphrodite, decreta que o treino de Apollo não poderá ser terminado uma vez que a guerra está próxima.
Conseguirão os apoiantes da Ordem vencer a batalha e ganhar ao Núcleo? Não era apenas a vida dos vampiros que estava em causa, mas também a dos humanos, uma vez que o Núcleo pretendia escravizá-los e matar todos os que se opusessem.
Tal como aconteceu com Um, o primeiro volume desta coleção, Dois surpreendeu pela história e desiludiu pela escrita.
Impressionou-me o facto de a ação principal estar praticamente parada durante todo o livro e, mesmo assim, continuar a prender o leitor. A guerra iminente, durante a maior parte do livro, não passa mesmo disso, uma iminência. É como se este segundo volume se focasse mais na vivência diária das personagens do que na ação principal em si. O que não desgostei, devo dizer.
Fiquei completamente agarrada ao romance de Gabriel e Aphrodite e a todos aqueles que o pretendiam destruir, que não eram poucos. Gostaria de ter visto um pouco mais de Gabriel, a sua personagem é sempre vista pelos olhos dos outros e nunca ficamos a saber o que sente além daquilo que exterioriza.
A personagem que mais me surpreendeu, e não pela positiva, foi Apollo, o irmão gémeo de Aphrodite. Este rapaz nunca foi caracterizado como inteligente, mas nesta obra a sua estupidez e ingenuidade atingem níveis astronómicos. Deixa-se levar pelo inimigo, virando-se contra todos os que o querem bem e acreditando que a própria irmã o traiu, mesmo quando esta só pensa no seu bem.
Custa-me imenso ler um livro com ótimo potencial e uma boa história, mas com erros ortográficos. Há muitos erros neste livro, tornando, por vezes, a sua leitura complicada. Por exemplo, é comum encontrar-mos expressões do género: "Fiz todo o que podia", ou "o meu puder é". Às vezes tive mesmo que voltar atrás e ler novamente para conseguir compreender.
Por outro lado, também ocorrem discrepâncias de género, número e sujeito. Muda o capitulo e passamos a ter a visão de Apollo em vez da de Aphrodite, mas isso não dura muito. Começa com Apollo na primeira pessoa e, no meio de frases, começamos a ver o mundo como Aphrodite, notando-se estas passagens de um sujeito para outro através de não concordância de verbos e pronomes, etc... Sem dúvida, o ponto mais fraco desta obra.
Não mudei a minha opinião relativamente ao primeiro volume, a história é muito boa, tornando-se mesmo viciante, mas, de cada vez que abria o livro para ler mais um pouco, ficava desiludida com a escrita que encontrava...
No entanto, tenho de esperar pelo último volume desta trilogia, desejando que a história mantenha o nível e que a escrita evolua, aumentando substancialmente a qualidade da obra.
Em último lugar, quero agradecer à Chiado Editora por me ter cedido este exemplar de forma tão gentil!