terça-feira, 27 de junho de 2017

A Bela e o Monstro

Para recordar...

Quem não se lembra de ver o filme A Bela e o Monstro? Penso que foi um marco na vida de todas as crianças e, agora, com a produção de um novo filme, ganhou, de novo, atenção por parte crianças e adultos.

Este tipo de histórias não são só para crianças, qualquer pessoa  de qualquer idade gosta de recordar um pouco da sua infância, outros, que nunca viram leram algo deste género, não deixam ficar encantados com a beleza desta história.


Jeanne-Marie Leprince de Beaumont Escreveu a mais conhecida versão de A Bela e o Monstro. Ao ler este livro, senti que faltava algo, talvez algumas personagens que me lembrava e que agora não apareceram. Trata-se de uma história muito simples, sem aqueles pormenores que aparecem nos filmes, por exemplo.

Isto, vim descobrir, deve-se ao facto de a versão original e, provavelmente, aquela que foi adaptado ao cinema, é da autoria de Gabrielle-Suzanne Barbot de Villeneuve. 


Bem, relativamente a história não há muito que vos possa contar. Sabem que, sendo um livro tão pequeno(pelo menos nesta versão), qualquer informação pode ser um grande Spoiler.


Bela é uma rapariga simples, muito bonita e amável. Em tudo difere das suas irmãs, completamente cínicas, pretensiosas, mimadas e, digamos, feias. Tinha também três irmãos que a adoravam. Provinham todos de uma família rica, o seu pai era comerciante e, quando, um dia, parte para tratar de um negócio, as filhas pedem-lhe imensos acessórios de moda, bugigangas desnecessárias, tudo aquilo que uma pessoa fútil poderia querer. A pequena bela apenas a pede uma rosa.


O comerciante, enfrenta problemas durante a viagem, perde-se e encontra um castelo aparentemente abandonado. No entanto, a mesa está posta para ele comer, há comida para o cavalo, há uma cama para ele dormir. Por tudo, agradece ao misterioso anfitrião. 


A saída, encontra um canteiro de rosas. Lembra-se da promessa que fez a Bela e colhe uma flor para lhe dar. Nesse momento, aparece um monstro, que se sente ofendido pelo roubo da rosa. Diz ao velho homem que o tornará seu prisioneiro. A ele, ou à filha a quem rosa era destinada.


Voltando a sua casa para dar a notícia à família, Bela não aceita que o pai seja preso pelo seu pedido. Decide ir ao castelo do monstro para se tornar sua prisioneira. A partir daqui acho que não vos devo contar mais. Penso que todos, em parte, sabem o que acontece no final. No entanto não deixa de ser uma história linda para se ler em qualquer altura da vida.


Como devem imaginar, sendo este um livro para crianças, a linguagem é muito simples, onde predomina o diálogo e, apesar do que possam pensar, as personagens tratam-se na terceira pessoa, talvez pela época em que a história se está inserida. 


É um ótimo conto, no entanto, como já referi, senti que faltava algo, não há nenhuma referência aos vários objetos encantados, que na realidade seriam os criados do castelo que estavam enfeitiçados. A refeição simplesmente aparece na mesa, a cama simplesmente aparece feita. Nem sequer temos acesso a uma pequena visão do Chip, aquela pequena chávena lascada, tão famosa pela sua importância neste conto, bem não neste, mas, talvez, na sua versão alargada.


Apesar de tudo, esta obra transmite valores intemporais: a bondade, o altruísmo, o amor que não é baseado nas aparências, a importância da educação, algo completamente desprezado na época, pelo menos numa mulher.


Assim, recomendo vivamente a leitura deste, ou de outros livros parecidos, uma viagem à juventude e a contos escritos noutras épocas, mas que muito têm em comum com a nossa.